Na produção de algodão, a Certificação Algodão Brasileiro Responsável (ABR) atesta o compromisso dos produtores com as melhores práticas nas dimensões social, ambiental e econômica, reforçando a importância do ESG. O padrão ressalta o protagonismo do Brasil no mercado global de algodão responsável.
Desse modo, ABR se posiciona como um passo essencial para a promoção de uma produção responsável e sustentável de algodão no Brasil. O programa estimula práticas agrícolas em linha com leis ambientais e trabalhistas do país, incentivando a melhoria contínua nas propriedades rurais.
O programa já alcança 83% da produção nacional, segundo dados da safra 2023/2024. Quer alavancar os negócios com a venda de algodão sustentável para mercados estrangeiros? Entenda a seguir o processo de certificação.
O que é a Certificação ABR?
A Certificação Algodão Brasileiro Responsável (ABR) é um padrão criado em 2012 que visa promover práticas sustentáveis na produção brasileira de algodão. Dessa forma, a norma busca assegurar que a produção do algodão seja realizada de forma socialmente justa, ambientalmente correta e economicamente viável.
A ABR é coordenada pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) em parceria com a Better Cotton Initiative (BCI), uma organização internacional comprometida com a produção sustentável de algodão. Os padrões são aplicados em campo por associações estaduais.
De modo geral, o programa busca padronizar e promover o aperfeiçoamento na gestão de recursos naturais, condições de trabalho e técnicas de cultivo nos cultivos de algodão.
Dentre as práticas agrícolas na produção do algodão estabelecidas pelo padrão ABR, estão:
- Uso responsável de agroquímicos;
- Conservação do solo (rotação de culturas, manejo integrado de pragas e adubação equilibrada, preservação da qualidade do solo e evitar a erosão);
- Manutenção da cobertura vegetal e recuperação de áreas degradadas;
- Gestão hídrica (manejo adequado da irrigação, monitoramento da disponibilidade hídrica, uso de sistemas eficientes e medidas para minimizar as perdas por evaporação e infiltração); e
- Boas práticas trabalhistas (condições de trabalho dignas, respeito à legislação trabalhista vigente, igualdade de gênero, proibição de trabalho infantil e a incentivo ao diálogo entre empregadores e colaboradores).
Para promover essas iniciativas, a Abrapa desenvolveu um protocolo intitulado Verificação para Certificação da Propriedade (VCP), que deve ser atualizado a cada safra.
O protocolo inclui critérios obrigatórios exigidos para a certificação do padrão BCI. A adesão ao protocolo ABR/BCI é voluntária por parte dos cotonicultores, mas os produtores que participam são avaliados conforme 183 itens distribuídos em 8 critérios ESG, que abrangem desde condições de trabalho e proteção ambiental até práticas agrícolas responsáveis.
Vantagens e benefícios do algodão sustentável promovido pela ABR
A adesão ao programa de algodão brasileiro responsável da ABR impulsiona a produção com práticas sustentáveis, inovação e governança. Confira as vantagens para o produtor:
Reconhecimento e acesso ao mercado: do total de algodão licenciado pela BC mundialmente, mais de um terço é produzido em fazendas brasileiras. Assim, a certificação valoriza a produção de algodão brasileiro no mercado interno e externo.
Diferencial competitivo: a adesão ao padrão ABR/BCI posiciona o produtor em relação a práticas sustentáveis, inovação e governança, fortalecendo o compromisso com a ESG. Isso é fundamental para destacar o Brasil como líder no mercado global de algodão, alavancando seus produtores no cenário internacional.
Boas práticas agrícolas: o padrão incentiva o uso racional de insumos e práticas agrícolas sustentáveis, com foco na preservação ambiental e na eficiência produtiva, como redução no consumo de água e incentivo à preservação da água (nascentes, cursos e reservas), do solo e biomas. Além disso, a ABR aponta melhoria no IDH das maiores cidades que são grandes produtoras.
Fortalecimento da imagem: melhoria na reputação e ganho de credibilidade junto a stakeholders, consumidores e investidores. Além disso, previne o trabalho infantil e define regras alinhadas às legislações trabalhistas nacional e internacional.
Como funciona a certificação ABR para a produção de algodão?
A certificação Algodão Brasileiro Responsável (ABR) lidera o processo para garantir uma produção sustentável. Ela incorpora os critérios mínimos da Better Cotton Initiative (BCI), que são obrigatórios, garantindo assim que o ABR também atenda aos requisitos dessa iniciativa internacional.
O processo de certificação ABR é concedido em duas modalidades: individual, para grandes produtores, e grupal, para pequenos e médios.
Para obter a certificação, é necessário cumprir os 183 itens da Lista de Verificação para Diagnóstico da Propriedade (VDP). Essa lista inclui os critérios obrigatórios do padrão BCI, com uma abordagem mais global. Os itens estão distribuídos em nove critérios, um deles sendo o de desempenho ambiental. Este critério exige, por exemplo, a comprovação de:
- Práticas de conservação do solo (como rotação de culturas, manejo integrado de pragas e adubação equilibrada);
- Preservação da qualidade do solo e prevenção da erosão;
- Manutenção da cobertura vegetal; e
- Recuperação de áreas degradadas.
O produtor ou a unidade produtiva deve seguir etapas de diagnóstico, aprendizado e melhoria contínua. O objetivo é conquistar a certificação ABR e o licenciamento BCI, opcional, ao final da safra.
As etapas para a certificação ABR são:
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Geoambiente e o suporte à certificação ABR
A certificação ABR impulsiona a produção de algodão sustentável e abre portas para mercados internacionais. Os padrões ABR, estabelecidos pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) são alinhados às exigências da Better Cotton Initiative (BCI).
A Geoambiente é especialista em soluções que apoiam empresas na obtenção de certificações agrícolas, como a ABR. Nossos serviços incluem a entrega de:
- Material cartográfico com a caracterização do uso do solo na propriedade;
- Relatório metodológico de caracterização da propriedade;
- Evidências de práticas de conservação do solo;
- Evidências de ausência de queima no manejo do solo ou eliminação de resíduos;
- Evidências de não conversão de vegetação nativa para cultivo de algodão após 2008;
- Dados primários gerados nas análises.
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Engenheira Agrônoma com Mestrado em Sensoriamento Remoto e especialização em Agronegócios e Inovação Tecnológica. Especialista em projetos e certificações ambientais.