Análise GeoEspacial ESG

Certificação Bonsucro: o que é e como se certificar

Certificação Bonsucro, se você é um produtor de cana deveria tê-la

A Certificação Bonsucro é uma autenticação que atesta a conformidade de empresas exportadoras de produtos de cana-de-açúcar. Assim, para as companhias conseguirem exportar itens como açúcar ou etanol para, entre outros países, o mercado europeu (União Europeia) e americano, é necessário obter tal certificação. 

Trata-se de uma iniciativa global para garantir que a produção de cana-de-açúcar seja sustentável. É um padrão aceito mundialmente que avalia não apenas critérios relacionados à agricultura, mas também aqueles atrelados à usina, como reuso da água, eficiência energética, aproveitamento de resíduos, dentre outros. 

Veja a seguir mais detalhes sobre a certificação, como ela pode impulsionar as importações da sua empresa e garantir compromissos com a sustentabilidade, e como o apoio dos serviços de análises geoespaciais e mapeamento podem ajudar a obtê-la! 

O que é Certificação Bonsucro

A Bonsucro fornece um processo de certificação métrico confiável para atestar o compromisso com a sustentabilidade ambiental e social no processo produtivo da cana-de-açúcar. O certificado é reconhecido internacionalmente. Por meio dele, as empresas podem melhorar sua imagem, cumprir com metas ESG e criar parcerias para resolver questões de sustentabilidade de forma conjunta. 

O objetivo da certificação é acelerar a produção e uso sustentável da cana, melhorar o impacto ambiental da produção, bem como fortalecer direitos humanos e trabalhistas em torno da atividade. O primeiro passo para obter a certificação é contratar uma consultoria especializada, que ajudará a preparar a empresa conforme cada princípio, lembrando que essa consultoria não pode atuar como auditora. A certificação pode ser feita gradualmente, à medida que as adequações são realizadas em cada usina/fornecedor. 

Quais são os padrões de certificação Bonsucro

Existem dois tipos de certificação Bonsucro: um no elo do produtor e outro no elo da comercialização da cadeia de suprimentos.

Padrão de Produção: 

Ajuda os agricultores e as usinas a mensurar a produtividade e impactos socioambientais e sociais. É usado por usinas de cana-de-açúcar e propriedades rurais para atestar a sustentabilidade da produção. Benefícios oferecidos: eficiência; redução no consumo de energia, água e na produção de resíduos; trabalho seguro e mais visibilidade no mercado 

Padrão da Cadeia de Custódia: 

Permite que as marcas rastreiem a cana-de-açúcar da origem ao produto final. Assim, elas podem alegar que a cana-de-açúcar que compram de fornecedores é sustentável. Este certificado se refere a todos os estágios do fornecimento de um produto, desde a produção de sua matéria-prima até seu consumo. Benefícios oferecidos: fornecedores responsáveis; comercialização ética; garantia de conformidade e visibilidade da cadeia de suprimentos. 

Neste contexto, uma usina pode ter uma determinada quantidade de fornecedores certificados e à medida do tempo certificar aqueles que ainda não estão aptos. Desse modo, é possível exportar com o certificado Bonsucro apenas o volume proporcional aos hectares certificados. 

Princípios da Bonsucro

A norma Bonsucro atual é baseada em cinco princípios (abaixo), 20 critérios e 69 indicadores:

  • PRINCÍPIO 1 – Avaliar e gerenciar riscos ambientais, sociais e de direitos humanos;
  • PRINCÍPIO 2 – Respeitar os direitos trabalhistas e os padrões de segurança e saúde ocupacional;
  • PRINCÍPIO 3 – Gerenciar as eficiências de insumos, produção e processamento para melhorar a sustentabilidade;
  • PRINCÍPIO 4 – Gerenciar ativamente a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos;
  • PRINCÍPIO 5 – Melhorar continuamente outras áreas essenciais do negócio.

Princípio 4 e as Áreas de Alto Valor para Conservação (AVCs) 

O Princípio 4 da norma trata da conservação e sustentabilidade, especificando regras para mudança de uso de solo. No caso, a propriedade não produzir cana-de-açúcar em áreas de proteção desmatadas, após a data limite de conversão de 08/01/2008.  

A Geoambiente atua justamente com a consultoria especializada para as usinas se prepararem e se adequarem para o Princípio 4. Para atender especificamente a esse princípio, uma empresa precisa mapear os ecossistemas e a biodiversidade no entorno (área das usinas e dos fornecedores) e levantar quais são as áreas de alto valor de conservação (AVC). Os dados de conversão produzidos também são utilizados na calculadora de emissões de gases de efeito estufa do Princípio 3. 

As áreas de alto valor de conservação (AVC) são 6: 

AVC 1 – Diversidade de espécies: concentrações de diversidade biológica, incluindo espécies endêmicas e espécies raras, ameaçadas ou sob o risco de extinção, que são significativas nas esferas global, regional ou nacional. 

AVC 2 – Ecossistemas em nível de paisagem, mosaicos de ecossistemas e IFL: ecossistemas em nível de paisagem, mosaicos de ecossistemas e paisagens florestais   intactas (do inglês IFL) que são significativos nas esferas global, regional ou nacional, e que contêm populações viáveis da grande maioria das espécies naturais de   acordo com padrões naturais de distribuição e abundância. 

AVC 3 – Ecossistemas e habitats: ecossistemas, habitats ou refúgios raros, ameaçados ou sob o risco de extinção. 

AVC 4 – Serviços ecossistêmicos: serviços ecossistêmicos básicos em situações críticas, incluindo proteção de bacias hidrográficas e controle da erosão de solos e encostas   vulneráveis. 

AVC 5 – Necessidades comunitárias: locais e recursos fundamentais para satisfazer às necessidades básicas das comunidades locais ou dos povos indígenas (para meios de subsistência, saúde, nutrição, água etc), identificados por meio do envolvimento com essas comunidades ou povos indígenas. 

AVC 6 – Valores culturais: locais, recursos, habitats e paisagens de importância cultural, arqueológica ou histórica global ou nacional e/ou de crítica importância cultural, ecológica, econômica ou religiosa/sagrada para as culturas tradicionais de comunidades locais ou povos indígenas, identificados por meio do envolvimento com essas   comunidades locais ou povos indígenas.

Fonte: Bonsucro 

Após emitida a certificação, a companhia sucroenergética deve trabalhar com a manutenção ano a ano, para garantir que as exigências estão sendo cumpridas. É importante observar, também, que muitas dessas grandes empresas possuem diversas unidades espalhadas pelo país, sendo necessário que cada uma delas emitam a certificação referente ao local onde o produto é produzido. Tal processo pode ser feito gradualmente (não é necessário que todas sejam certificadas de uma vez). 

 

Processo de certificação na Bonsucro: como empresas podem se preparar?

A Geoambiente oferece serviços personalizados para apoiar as empresas do setor sucroenergético e usinas a obterem a certificação. Assim, fazemos o mapeamento a partir de imagens de satélites do uso do solo, das hidrografias e geramos as Áreas de Preservação Permanente (APPs). Adicionalmente, são cruzados os limites das áreas produtivas com as áreas legalmente protegidas levantadas a partir de dados oficiais (como dados de Terras Indígenas, Unidades de Conservação, Áreas Prioritárias para Conservação, áreas de quilombos, sítios arqueológicos e outros). 

A Bonsucro determina que não pode haver desmatamento após 08/01/2008 nas áreas de vegetação nativa, ou seja, conversão de ecossistemas naturais e áreas legalmente protegidas para plantio de cana. Além disto, nenhum ecossistema natural pode ser convertido para agricultura após 01/01/2021. Para conduzir esta análise, a Geoambiente utiliza imagens de satélite, realiza o mapeamento comparativo do uso do solo da safra atual e com a data anterior a 08/01/2008 e 01/01/2021 para comprovar a manutenção da vegetação natural. 

A partir dessas análises, a Geoambiente também consegue apontar onde as áreas produtivas das usinas estão aderentes ou não ao padrão de produção Bonsucro 5.2.

A Geoambiente ajuda as maiores companhias sucroenergéticas do país a obterem a certificação Bonsucro. Muitas dessas empresas aproveitam essas análises aprofundadas e customizadas da Geoambiente anualmente para manutenção da certificação, recertificação e também para certificar novas áreas. 

Entenda de que forma a Geoambiente ajuda seu negócio na certificação Bonsucro:

Serviço: evidenciar que não houve conversão de vegetação para cana-de-açúcar após a data limite. Assim, a Geoambiente atua no mapeamento e quantificação de áreas das mudanças de uso do solo entre 01/01/2008 e o uso atual, isto é, na obtenção de dados sobre as conversões de cana vindas de pastagem, cultura anual e perene. Esses dados de conversão produzidos também são utilizados na calculadora de emissões de gases de efeito estufa do Princípio 3. 

Mudança do uso de solo: data limite de conversão 08/01/2008 e 01/01/2021

Produtos:

  • Mapa do uso do solo 2007 (antes da data limite 08/01/2008);
  • Mapa do uso do solo 2020 (antes da data limite 01/01/2021);
  • Mapas individuais (uso do solo atual) por propriedade agrícola;
  • Mapa de uso do solo data atual;
  • Mapa das áreas legalmente protegidas – variáveis sociais;
  • Mapas das áreas legalmente protegidas – variáveis ambientais;
  • Planilha com dinâmica de conversões de uso do solo;
  • Relatório técnico.

Logo no início da safra a Geoambiente começa atuar em conjunto com a empresa que busca a certificação. É feito o mapeamento do solo, hidrografia e APPs e identificadas possíveis correções como, por exemplo, desmatamentos em áreas indevidas, sobreposição de área produtiva em APP, para a companhia entrar com os procedimentos de correção. 

As etapas onde a Geoambiente auxilia na certificação relacionadas ao Princípios 3 e 4 são:

  • Etapa 1: Mapeamento do solo atual (ano da safra atual) e anterior a 01/01/2008 e anterior a 01/01/2021
  • Etapa 2: Mapeamento da hidrografia, APPs e levantamento das AVCs
  • Etapa 3: Análise da dinâmica da paisagem no período anterior a 01/01/2008 em relação à data atual e do período anterior a 01/01/2021 em relação à data atual
  • Etapa 4: Refinamento dos dados relacionados a não conformidades (por exemplo, sobreposição de APPs com área produtiva) com setor de topografia da usina
  • Etapa 5: Produção de Relatório técnico com análise de conversão de classes e áreas passíveis de certificação e geração dos mapas (Princípio 4). A análise de conversão de classes para utilização na calculadora de gases de efeito estufa do Princípio 3.
  • Etapa 6: Apoio técnico na auditoria para certificação 

 

Geoambiente: sua parceira na certificação Bonsucro

A Geoambiente oferece diversos serviços de Sensoriamento Remoto agrícola para as empresas que buscam obter certificações ESG, como a Bonsucro, para atuar em importantes mercados internacionais. Conheça nossos serviços:

Certificação ambiental para a agroindústria: análises ambientais para suportar os processos de certificação. Fornecemos relatórios, análise espaciais e mapas para as mais diversas certificações. 

Monitoramento agrícola: monitoramento de soja e milho a partir de imagens de satélite, com identificação de data de plantio e alerta de senescência e de colheita. Monitoramento de cana-de-açúcar e determinação de idade e soca por Sensoriamento Remoto e computação em nuvem.

Serviços florestais:  inteligência artificial e detecção de mudanças, mapeamento de florestas plantadas e determinação de idade de plantio. 

Para saber mais informações sobre como a Geoambiente pode ajudar sua empresa na jornada das certificações ESG, entre em contato com os nossos especialistas.

 

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Com mais de 25 anos de experiência em projetos de Análise Geoespacial e Sensoriamento Remoto, a Geoambiente realiza as análises ambientais para suportar os processos de certificação e de comprovação de elegibilidade ambiental aplicados à produção das culturas de cana-de-açúcar, milho, palma-de-óleo, soja, algodão e outras oleaginosas.

Nossa experiência e processos automatizados resultam na capacidade de processar grande volume de dados com alta performance e em curto prazo.

 

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Sobre o(a) autor(a)

Ana Carolina Rezende

Engenheira Agrônoma com Mestrado em Sensoriamento Remoto e especialização em Agronegócios e Inovação Tecnológica. Especialista em projetos e certificações ambientais.

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