As organizações lidam com um volume de dados crescente para aprimorar estratégias e operações. Porém, a tomada de decisões baseada em dados é bem-sucedida quando tais dados atendem aos padrões de qualidade, segurança e integridade exigidos pelas empresas e por legislações.
A governança de dados engloba as políticas e os procedimentos definidos por uma organização para garantir que os dados sejam precisos e processados adequadamente durante o ciclo de vida. Neste post, mostramos como garantir segurança, qualidade e conformidade nos dados por meio da sinergia entre processos, pessoas e tecnologia.
O que é Governança de Dados?
A governança de dados abrange os processos e as políticas definidas por uma organização para garantir a integridade e uso correto dos dados nas iniciativas de negócios. Isso inclui os procedimentos de captura, armazenamento, tratamento, processamento e exclusão de dados para a tomada de decisões.
Assim, a governança de dados gerencia a infraestrutura e tecnologias necessárias para o uso responsável dos dados. Além disso, autoriza cargos e indivíduos de uma instituição para acesso, tratamento e proteção de alguns tipos de informações.
É de responsabilidade da governança de dados estabelecer as responsabilidades e padrões para o uso das informações. Isso inclui identificar os colaboradores e quais ações eles podem realizar, sobre quais dados, utilizando de quais métodos e em quais casos.
À medida que o volume de dados usados em iniciativas de inteligência artificial (IA) e machine learning (ML) aumenta, a governança de dados garante o respeito às regulamentações locais (como a LGPD, no Brasil) e requisitos éticos.
Enquanto um instrumento fundamental do compliance, a governança de dados determina as políticas de uso, procedimentos envolvidos, a forma como a tecnologia é gerenciada e os dados são protegidos.
No fim do dia, a governança de dados faz com que a segurança seja garantida, maximizando, ao mesmo tempo, os objetivos estratégicos.
Princípios fundamentais da governança de dados
A governança de dados é uma metodologia que tem como pilares a disponibilidade, integridade, transparência e segurança. Entenda melhor cada um desses princípios a seguir:
Disponibilidade: acesso eficiente aos dadosA disponibilidade está relacionada ao fornecimento da informação. Esse princípio básico estabelece que as informações devem estar disponíveis sob demanda. A governança de dados define as políticas de disponibilidade. Elas podem determinar acesso 24×7 às informações ou somente em uma janela de tempo. Neste caso deve haver um acordo prévio, determinado em quais intervalos de tempo a informação deve estar disponível para acesso. Integridade: dados precisos e confiáveisA integridade trata da veracidade das informações ao longo de seu ciclo de vida. Esse princípio garante que as informações sejam precisas e completas, e que não sofram alteração sem autorização, seja na transmissão ou repouso. A integridade garante que os dados permaneçam consistentes e que eventuais modificações ocorram de modo controlado e autorizado. Segurança: proteção contra ataques e vazamentosA segurança na governança de dados estabelece diretrizes e práticas que visam garantir a proteção dos dados contra acessos não autorizados, vazamentos, manipulações indevidas e outras ameaças capazes de comprometer sua integridade, confidencialidade e disponibilidade. Conformidade: aderência a normas e regulamentaçõesFrente às regulamentações sobre privacidade e segurança de dados, como o GDPR na Europa e a LGPD no Brasil, o princípio de Conformidade na governança de dados permite que as organizações estejam de acordo com essas leis. Ao garantir a conformidade com essas legislações, evita-se multas e demais sanções. Saiba mais sobre a LGPD: 
Transparência: rastreabilidade de acessos e modificaçõesO princípio de transparência promove a responsabilidade pelos dados na organização. É uma forma de garantir que as decisões com base no uso de dados sejam tomadas de forma ética e responsável. |
Desafios da governança de dados
A governança de dados não se trata somente de cumprir regulamentações, mas também da definição de políticas e procedimentos indispensáveis para gerenciar os ativos de dados de uma empresa com ética e eficiência.
Porém, isso expõe diversos desafios às organizações, como:
Qualidade dos dados: inconsistências, duplicidades e erros
A gestão da qualidade dos dados é fundamental para garantir a utilidade e a confiabilidade. Assim, a governança de dados abrange o estabelecimento de padrões de qualidade, a realização de avaliações e a implementação de processos para corrigir e otimizar a qualidade dos dados conforme a necessidade.
Segurança e proteção: evitar acessos não autorizados e vazamentos
Garantir a segurança e proteção durante o ciclo de vida dos dados envolvidos é um dos desafios da governança. Para tanto, exige a definição de medidas fortes de segurança que propiciem a privacidade dos dados, do início ao fim, evitando acessos não autorizados e vazamentos.
As políticas de segurança permitem que os dados sejam retidos com proteção, até mesmo destruídos com segurança ao fim do processo. Já as medidas de segurança podem ser implementadas contemplando métodos seguros e fortes de destruição, criptografia e controle de acesso.
Essas normas viabilizam uma gestão responsável da informação durante todo o seu ciclo de vida.
Conformidade regulatória: atendimento às leis de proteção de dados
A governança de dados tem um papel crucial na conformidade com as leis de proteção de dados, uma vez que engloba a definição de políticas, processos e controles para garantir que os dados sejam tratados de forma ética, transparente e segura.
Assim, um desafio é garantir que a governança de dados esteja alinhada com os requisitos regulatórios importantes, como GDPR, LGPD, HIPAA e outros. Para isso, é necessário manter os processos sempre atualizados quanto às mudanças na legislação.
Gerenciamento de acessos e permissões: definir quem pode acessar e modificar os dados.
As organizações têm o desafio de definir padrões internos para a política de dados.
Isso deve ser aplicado diretamente nos procedimentos que envolvem coleta, armazenamento, processamento e descarte dos dados. Dessa forma, a governança é responsável por controlar quem acessa essas informações, quais tipos de dados podem ser acessados e quais devem estar sob controle da governança.
Como Implementar?
A implementação de uma política de governança de dados exige uma abordagem estratégica e estruturada, em linha com os objetivos da empresa. Para tanto, a primeira etapa é criar um framework sólido, definindo princípios, processos e metas que garantam a qualidade, segurança e conformidade dos dados.
Isso também inclui criação de um comitê de governança, formado por líderes de diferentes áreas, a fim de assegurar que as decisões espelhem as necessidades da organização como um todo. Um fator de sucesso é a comunicação transparente sobre a importância da governança, permitindo o engajamento de stakeholders e o estabelecimento de uma cultura data-driven.
Definição de papéis e responsabilidades
É preciso definir com clareza os papéis e responsabilidades na gestão de dados, o que requer a designação de proprietários de dados (data owners), responsáveis por definir políticas e aprovar acesso a conjuntos de dados críticos, e administradores de dados (data stewards), responsáveis por garantir a qualidade, integridade e conformidade.
Também é essencial educar e capacitar os usuários finais quanto às diretrizes para coletar, armazenar e compartilhar informações. Ao definir a hierarquia de responsabilidades, a governança de dados evita lacunas e cria uma estrutura que garante a confiabilidade.
Tecnologias como base da gestão de dados
A governança passa pelo uso de tecnologias para automatizar processos e garantir escalabilidade. Ferramentas como o Google BigQuery permitem armazenar e analisar grandes volumes de dados com performance otimizada, enquanto soluções de metadata management, como o Data Catalog, facilitam a catalogação e rastreamento de ativos de dados.
Plataformas de governança integradas podem automatizar a aplicação de políticas, monitorar a qualidade em tempo real e gerar relatórios de conformidade. A adoção de tecnologias de segurança, como criptografia e controle de acesso baseado em papéis (RBAC), também ajuda a proteger dados sensíveis e atender a regulamentações.
Monitoramento e melhoria contínua
A governança de dados não é um projeto isolado e, sim, um ciclo contínuo de aprimoramento.
Por isso, é importante definir métricas de desempenho (KPIs) para avaliar a eficácia das políticas, como taxa de conformidade, redução de erros e tempo de resposta a incidentes. O mercado oferece ferramentas analíticas, com dashboards em tempo real, que ajudam a identificar gargalos e adequar processos. Por fim, a condução de auditorias periódicas e a coleta de feedback dos usuários permite adaptar a política às necessidades do negócio e evoluções da tecnologia, como a integração de IA e machine learning.
Otimize a governaça dos dados na sua empresa!
Sabendo que os dados são ativos poderosos nas empresas, a aplicação de políticas de governança é um pilar essencial para garantir uma gestão data-driven responsável e alinhada às regulamentações vigentes em todo o ciclo de vida dos dados. Para isso, é necessário concentrar esforços na definição de parâmetros que atendam às demandas de toda a empresa, aliados a tecnologias que viabilizem a aplicação dessas políticas.
Além da proteção de dados e do cumprimento das normas, a governança de dados proporciona benefícios estratégicos, como:
- Ganho de confiança com os steakhouders.
- Otimização da capacidade analítica das equipes.
- Redução de custos operacionais com processos mais eficientes.
- Facilidade na integração e interoperabilidade entre diferentes sistemas e fontes de dados.
- Mitigação de riscos financeiros e reputacionais.
Neste contexto, o BigQuery, a plataforma de análise de dados totalmente gerenciada do Google Cloud, se apresenta como uma solução completa para gerenciar todos os tipos de dados em nuvem, com controles de acesso detalhados.
Para saber mais sobre essa solução, fale com os nossos especialistas!
Leia também:
- Conversational Analytics: a nova era da análise de dados
- Business Intelligence: entenda o que é e como implantar
Formação em Comunicação Social e especialização em Gestão da Experiência do Consumidor. Conta com experiência em planejamento de conteúdo digital, marketing B2B, endomarketing e gestão de canais.
