A gestão ambiental é uma operação crítica do setor de energia elétrica e engloba as atividades de gestão da vegetação e uso do solo nas áreas de atuação dessas empresas.
As geotecnologias são tecnologias geoespaciais que associam dados geográficos e informações espaciais. O georreferenciamento é uma técnica que utiliza tecnologias geoespaciais, como GPS, sensoriamento remoto e SIG, para apoiar a gestão ambiental dessas empresas.
Esta inteligência geoespacial suporta a implementação e execução de iniciativas relacionadas à gestão ambiental em distribuidoras, transmissoras e geradoras de energia elétrica.
Desafios da gestão ambiental no setor de energia elétrica
A gestão ambiental nas empresas de energia elétrica inclui as iniciativas de preservação e monitoramento da vegetação localizada nas margens dos reservatórios e nas faixas de servidão das linhas de transmissão e distribuição rural, em cumprimento à legislação ambiental. Além disso, abrange a gestão e monitoramento do uso do solo a fim de mapear e controlar usos indevidos e áreas com potencial de uso para atividades de lazer e comerciais, cuidando para que estes usos não causem interferência na operação e segurança dos reservatórios e faixas de servidão.
Essas atividades promovem a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, além de garantir a conformidade das empresas de energia elétrica com a legislação ambiental.
Para a atuação na transmissão, distribuição ou geração de energia, as empresas do setor precisam lidar com os seguintes desafios relacionados à gestão do meio ambiente:
- Melhorar a gestão e o monitoramento dos indicadores de conservação da vegetação.
- Reunir uma base de dados sobre incidentes ambientais nas margens dos reservatórios e nas faixas de servidão das linhas de transmissão e distribuição rural.
- Identificar e quantificar irregularidades na exploração das áreas protegidas.
- Facilitar a implementação de medidas preventivas e corretivas, promovendo a manutenção e preservação das áreas.
- Otimizar os recursos ao priorizar e direcionar as equipes para locais onde há interferência na vegetação.
- Apoiar e subsidiar ações de recuperação e restauração de áreas degradadas nas bordas dos reservatórios, além de manter e conservar as áreas preservadas.
- Melhorar a gestão no cumprimento do plano de uso das bordas de reservatórios.
- Obter informações necessárias para a renovação da licença de operação junto ao órgão ambiental.
- Atender prontamente às solicitações de informações feitas pelo órgão ambiental.
Geotecnologias: controle e planejamento ambiental
A tecnologia geoespacial correlaciona a posição de um objeto com suas coordenadas geográficas. Com o avanço dos satélites e computadores, a inteligência geoespacial passou por uma grande revolução nos últimos anos.
Atualmente, as tecnologias geoespaciais viabilizam o monitoramento, rastreamento, medição, avaliação, identificação e modelagem de objetos. Por isso, são ferramentas fundamentais para a implementação e execução de iniciativas de gestão ambiental nas empresas do setor de energia elétrica e para a superação dos desafios listados acima.
A inteligência geoespacial fornecida por tecnologias geoespaciais ajuda a otimizar a gestão ambiental no setor de energia elétrica. Essa inteligência é baseada em informações geoespaciais em larga escala que permitem caracterizar, em diferentes níveis de detalhamento, aspectos e dinâmicas naturais e antrópicas que compõem as faixas de servidão de linhas de transmissão, linhas de distribuição e bordas de reservatórios.
Na gestão ambiental, as tecnologias geoespaciais apoiam as empresas do setor de energia elétrica em diferentes fases, como aquisição e tratamento de imagens de satélite, identificação do uso e cobertura do solo, identificação do tipo de vegetação, identificação de estágios sucessionais de vegetação e identificação de áreas legalmente protegidas sobreposta a ativos.
Assim, são fornecidas informações como desmatamento em Áreas de Preservação Permanente (APP) ou a construção de edificações em faixas de servidão, por exemplo.
Conheça as principais tecnologias geoespaciais:Sensoriamento Remoto: o sensoriamento remoto é um tipo de tecnologia geoespacial que permite a medição ou obtenção de informações sobre alguma característica de um objeto, ou fenômeno, por meio de dispositivos de gravação que não estão em contato físico direto com o objeto/propriedade. Esses dados podem ser capturados por dispositivos como câmeras, lasers, receptores de radiofrequência, sistemas de radar, sonar, sismógrafos, magnetômetros, entre outros. Atualmente, o sensoriamento remoto é reconhecido como uma técnica crucial para a coleta de dados, os quais são posteriormente interpretados para fundamentar decisões sobre gestão ambiental. Existem duas principais abordagens utilizada no sensoriamento remotos: a técnica aérea, que emprega sensores instalados em aeronaves ou drones para captar imagens da superfície terrestre; e a técnica orbital, na qual sensores são montados em satélites artificiais, permitindo a captura de grandes áreas devido à sua posição elevada em relação à superfície terrestre. Sistemas de Informação Geográfica (SIG): o SIG reúne dados espaciais e não espaciais, imagens de sensoriamento remoto e dados GPS em um sistema integrado. Possibilita a análise de informações em diversas camadas, como vegetação, estradas, elevação e outros. Sistemas de Posicionamento Global (GPS): GPS é um sistema de navegação por rádio que utiliza satélites que se comunicam com diversos satélites que orbitam a Terra. Os dispositivos GPS recebem sinais de rádio emitidos por esses satélites. Este sistema global de satélites fornece a posição geográfica de qualquer receptor GPS que capte o sinal de ao menos três satélites. A precisão é de até 5 metros. O GPS baseia-se no fenômeno geométrico da triangulação, utilizando geralmente três fontes para cálculos. No entanto, devido à velocidade da luz com que a energia transmitida viaja, podem ocorrer discrepâncias nos cálculos. Para minimizar esses erros e aumentar a precisão, os sistemas de posicionamento global utilizam quatro fontes. |
Conclusão: geotecnologias apoiam a gestão ambiental no setor de energia elétrica
As geotecnologias são ferramentas poderosas na gestão do meio ambiente por empresas do setor de energia. No contexto da gestão ambiental, apoiam as empresas do setor de energia elétrica em diferentes fases. São elas: aquisição e tratamento de imagens de satélite, identificação do uso e cobertura do solo, identificação do tipo de vegetação, identificação de estágios sucessionais de vegetação, identificação de áreas legalmente protegidas sobrepostas a ativos e muito mais.
Desse modo, a aplicação das geotecnologias ajuda a promover a melhoria da qualidade de vida da população, a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, além de garantir a conformidade das empresas de energia elétrica com a legislação ambiental.
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Engenheiro com especialização em Gestão de Projetos. Experiência em projetos de sensoriamento remoto para demandas governamentais e para os mercados de energia elétrica, florestal e agronegócio.